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                                             A inspiração                O fato de ser uma criança sem muitos medos, não me deu muitas alegrias. Uma criança precisa do medo para obedecer, era o que os adultos da época falavam. As histórias infantis eram povoadas de bichos papões, lobo mau e bruxas malvadas, todos perseguidores das crianças que não se comportavam.          Já adulta, mãe e psicóloga, no ambiente de trabalho, em um hospital,  fui relembrada dessa característica infantil por uma colega de profissão mais velha que eu: você é uma terapeuta muito corajosa e isso é muito raro de se ver.          Experiências de vida me trouxeram até aqui. Me formei psicóloga em 1986 pela Universidade de Brasília. Na biografia da minha vida profissi...

Recria tua vida, sempre e sempre......

Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. Cora Coralina

Sobre desejos e medos

Onde está o desejo do sujeito? Numa constante fuga do sentimento de angústia, sofrimento esse inerente à condição humana, o sujeito se perde e foge do seu desejo. Foge da sua meta e se perde no desejo do outro, nas expectativas sociais, nos imperativos que delimitam a existência forçando-os a serem participantes de uma espécie de palco da vida onde o que vale é a posse dos objetos e o que cada ser humano aparenta ser. Sim, vive-se o teatro das aparências, cada vez mais castrador das individualidades e da subjetividade do sujeiro. Verdadeiros fantoches que estão presos nas armadilhas da aparência e subjugados a ser o que o outro determina, massificados, engolidos, muitas vezes com medo de serem eles mesmos e com isso desagradar, chocar e assumir sua diferença. Faz-se necessário, para que possamos nos livrar das armadilhas dos imperativos que nos impedem de sermos o que verdadeiramente somos, suportar a angústia, não temê-la, ir até o fundo e vivenciá-la. Há aí que se defrontar com o...

O MEDO de Drummond

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A Antonio Candido "Porque há para todos nós um problema sério... Este problema é o do medo." (Antonio Candido, Plataforma de Uma Geração) Em verdade temos medo. Nascemos escuro. As existências são poucas: Carteiro, ditador, soldado. Nosso destino, incompleto. E fomos educados para o medo. Cheiramos flores de medo. Vestimos panos de medo. De medo, vermelhos rios vadeamos. Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos. Há as árvores, as fábricas, Doenças galopantes, fomes. Refugiamo-nos no amor, este célebre sentimento, e o amor faltou: chovia, ventava, fazia frio em São Paulo. Fazia frio em São Paulo... Nevava. O medo, com sua capa, nos dissimula e nos berça. Fiquei com medo de ti, meu companheiro moreno, De nós, de vós: e de ...